A atriz mexicana Florinda Meza, viúva do comediante Roberto Gómez Bolãnos (1929-2014), desabafou nesta última quinta-feira (25), em uma carta publicada em seu Instagram sobre as polêmicas envolvendo o legado do intérprete de Chaves e Chapolin.
Ela entregou detalhes da polêmica sobre o legado de Chespirito “Quero esclarecer que, até hoje, não processei ninguém, não é meu desejo e espero não me ver na necessidade de fazê-lo, por nenhum motivo”, disse. Recentemente, a imprensa mexicana noticiou um processo contra a Max, que produz uma série biográfica sobre o humorista.
“Todos sabem que Roberto Gómez Bolaños é o amor da minha vida. Quando ele fez seu testamento, fiquei tranquila, pois ele decidiu aquilo que o deixou em paz. Em 2014, Roberto morreu nos meus braços. Meu luto por sua ausência tem sido longo e doloroso, passei anos isolada, me recuperando.Em 2020, no auge da pandemia, o contrato com a Televisa pelos direitos literários para as transmissões da série “Chespirito” terminou. Eu, como escritora, deveria ter sido convocada para essa negociação, mas não fui. Fiquei sabendo pela mídia que finalmente não tinham chegado a um acordo e suspenderam a transmissão dos programas. Algo explodiu dentro de mim, foi como se meu Rober se levantasse da tumba e gritasse: Acorda! Você tem que defender meu legado” comentou ela.

Confira alguns trechos da carta!
Em seu testamento, ele me nomeou como sua representante para proteger seus personagens de um mau uso…
Roberto nunca se interessou pelo dinheiro, ele o via como uma consequência do seu trabalho. Ele não teria permitido que a série saísse do ar durante a pandemia. Retirar essa alegria dos seguidores justo quando mais precisavam foi terrível. Agora eles aguardam ansiosos pelo retorno do programa número um da televisão humorística para compartilhar com seus filhos a comédia saudável, as emoções positivas e os valores universais.
Roberto e eu conhecíamos muito bem nossa responsabilidade social. A série “Chespirito” deixou de ser apenas um produto televisivo e se tornou uma parte essencial da vida de milhões de pessoas, marcando a história coletiva de muitos países, por mais de 4 gerações. Nesse tempo, o ambiente mudou; a mídia social e do entretenimento se transformaram; a tecnologia evoluiu; o que permaneceu imutável foi o sucesso mundial das transmissões de “Chespirito”, sabem por quê?… porque esses programas têm MAGIA, são um tesouro para promover e cuidar com muita delicadeza, pois alcançam diretamente a alma da audiência.
Preservar esses bons sentimentos é uma missão para mim, como deveria ser para o resto do elenco, por isso,na medida do possível, evito responder polêmicas e ataques, pois escolho evocar o bem que vivemos juntos.Tive a sorte de fazer parte desse maravilhoso grupo que trabalhou durante 25 anos sob a direção de um grande líder: Roberto. O programa parou de ser gravado quando ele, como seu criador, decidiu assim. Mas as transmissões continuaram por anos em toda a América Latina e nos Estados Unidos, enchendo as telas de diversão.
Roberto Gómez Bolaños, “Chespirito”, foi um homem bom, um marido amoroso, um excelente pai, um ex marido responsável, um amigo leal, um grande chefe, um profissional impecável e um gênio único e irrepetível. Merece ser lembrado com respeito e carinho, por tudo o que sua obra significa para tantos espectadores.
Quero esclarecer que, até hoje, NÃO PROCESSEI NINGUÉM, não é meu desejo e espero não me ver na necessidade de fazê-lo, por nenhum motivo.
Qualquer visão diferente disso não será sua biografia, será outra história, a imaginação de outra pessoa, cheia de fantasias para vender… mas o personagem que leva o nome de “Roberto” não será realmente ele.
Honremos Roberto Gómez Bolaños, “Chespirito”, e cuidemos da magia, NOSSA MAGIA, porque seu legado de alegria é de todos os bons que o seguem… e seu escudo É UM CORAÇÃO!