Sócios no trabalho e amantes na vida íntima, Arminda (Grazi Massafera) e Santiago Ferette (Murilo Benício) têm muita coisa em comum. Consideram-se pessoas superiores e expressam desprezo pelos mais necessitados. Vivem centrados em seus próprios prazeres e interesses. Juntos, escondem muitos segredos.
Arminda é viúva do ex-sócio do empresário na fundação Ferette, Rogério, desaparecido em circunstâncias misteriosas. No interior de uma obra de arte neoclássica adquirida pelo marido – As Três Graças -, ela e o amante escondem grandes quantias de dinheiro.
A escultura fica em um quarto secreto no casarão onde Arminda vive com a mãe Josefa (Arlette Salles) e o filho Raul (Paulo Mendes) em um bairro nobre na região central de São Paulo. Nos encontros com a sócia, Ferette sempre leva os maços de notas em sacolas de supermercado, para disfarçar. Os dois ficam cada dia mais ricos devido a um esquema criminoso comandado pelo empresário. Conhecido por todos como um benfeitor, Ferette é um homem poderoso e respeitado, que ganha homenagens do governo pelo trabalho social que realiza.

A fundação recebe verbas públicas para adquirir medicamentos de alto custo e entregar em farmácias populares. Porém, os remédios são revendidos no mercado clandestino por um valor abaixo da tabela e com pagamento em dinheiro vivo – daí as sacolas cheias de notas guardadas dentro da obra de arte. Para fazer a distribuição dos medicamentos à população, Ferette montou uma fábrica, onde produz os placebos feitos de farinha, que substituem os comprimidos de verdade. Com isso, pessoas que sofrem de doenças graves pioram a cada dia. Entre elas, Lígia (Dira Paes), mãe de Gerluce (Sophie Charlotte), que trabalhou na casa de Arminda como cuidadora de Josefa e, por conta da doença, precisou ser substituída pela filha. Gerluce, que vai descobrir o esquema criminoso, será uma pedra no sapato dos vilões no decorrer da trama.
Mas, enquanto isso não acontece, Arminda aproveita todas as oportunidades para humilhar Gerluce, assim como faz com o filho Raul. Inconformado com a morte do pai, o rapaz se fechou no próprio mundo – não quer trabalhar e nem estudar, além de consumir drogas. Em vez de ajudar o filho, Arminda o despreza. Com a mãe, é negligente com sua saúde e alimenta uma rotina de implicâncias. Uma relação difícil que Josefa não deixa barato. Com toques de ironia e a falta de papas na língua, mostra que está sempre atenta às falcatruas daquela que os funcionários chamam de “Dona Cobra”.
“Arminda é uma vilã bem clássica, imoral. Ela tem um humor que não chega a ser ácido, vai mais para o macabro. A relação com a família é tóxica. Ela não admira o filho em nada, e tem conflitos com a mãe o tempo inteiro. É uma mulher sem filtro”, conta Grazi Massafera. Arlete Salles também comenta sobre sua personagem: “Arminda trata a mãe com muita agressividade, mas, como a laranja nunca cai longe do pé, a Josefa é corajosa e enfrenta essas situações. Não é uma maternidade fácil, é o encontro de duas criaturas que não se identificam em nenhum ponto da vida e têm de conviver. O que traz um alívio para o dia a dia dela é a relação com Gerluce, de muita afinidade e afeto”.
Já Ferette, apesar do egoísmo e caráter inescrupuloso, à primeira vista, trata bem sua família. Com Zenilda (Andreia Horta) mantém um casamento de mais de 20 anos que gerou dois filhos, Leonardo (Pedro Novaes) e Lorena (Alanis Guillen). “O Ferette mostra que o vilão pode se emocionar, ter sua vida, sua família. Ele é dedicado à esposa, embora tenha como amante a grande amiga dela, a Arminda, e também aos filhos”, analisa Murilo Benício.
Com estreia prevista para outubro, ‘Três Graças’ é uma novela criada e escrita por Aguinaldo Silva, Virgílio Silva e Zé Dassilva, com direção artística de Luiz Henrique Rios e produção de Gustavo Rebelo e Silvana Feu. A direção de gênero é de José Luiz Villamarim.